quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Nunca Fui Rosa Vermelha...



Era uma vez uma Rosa vermelha escondida num Jardim cheio de belas Flores Rosa.
Escondida não, esculachada pra trás por ser Rosa e vermelha e ñ Flor e Rosa como as outras.
Se ela se sentia bem? Bem, nunca fui uma Rosa Vermelha entre Flores Rosa, mais acho tudo que é planta tão única e tão bonita que nem consigo imaginar como me sentiria. Mais um certo Girassol que ficava lá no alto de onde acontecia essa movimentação e observava tudo, fofoqueiro que ele só, me disse uma vez dessa que viu a Rosa Vermelha chorando enquanto as Flores Rosas caçoavam da pobrezinha.
Fiquei pensativa sobre isso, mais continuando a história do Era uma vez....
Tinha um moço, que era alto, um pouquinho bem mais que o Girassol, que costumava ir lá nesse jardim por dois únicos motivos, primeiro ele adorava plantas, principalmente as Flores Rosas e por isso cultivou o hábito de ir lá nos fins de tardes quando estava cansado pra ler um livro grande e grosso de título de uma palavra só, que parecia nunca mudar de folha e por consequência parecia nunca acabar...ficava ele, embaixo de uma árvore mastigando uma maçã vermelha.
Sim, o outro motivo? Então, às vezes o moço dava uma pausazinha pra mastigar e observar melhor o jardim, às vezes ele fechava os olhos por uns segundos e encostava a cabeça no tronco da árvore, respirava fundo e suspirava com a mesma intensidade, um misto de cansaço e espera por algo que desconheço.
Um dia nesse mesmo ritual de respirar e suspirar ele esticou uma das pernas e uma moça que vinha caminhando em passos largos conseguiu numa manobra estupefata tropeçar nas pernas do rapaz, caindo com tudo por cima das pernas e da grama verde e fofa do jardim.
Ela se levantou ainda toda espalhada da queda e se limpando do sujo de grama fofa, olhou pro rapaz com um olhar de raiva e indignação por tal desleixo daquele, daquele, daquele...ela ñ conseguiu pensar nenhum palavrão bem desaforado e sofisticado pra chamar aquele, aquele, aquele...naquele momento. Foi tanto “aquele”, “daquele” que “naquele” instante de raiva o palavrão ia ser o último que expressaria com precisão a indignação de alguém que achava um absurdo um homem daquele tamanho todo esticado num espaço público, nem preocupado com quem estava passando...
Já pensou se fosse uma criança? Poderia ter acontecido um acidente grave sabia?
Foi tudo que saiu.
Ás vezes eu penso, comigo, e converso, comigo, que as vezes as coisas poderiam ser Menos coisas e serem Mais outras coisas que não seriam coisas....Pode até ser só mais uma “Viagem que o meu coração selvagem por essa pressa de viver” inventa mais veja só como terminou essa história.
O rapaz pediu desculpas, ele realmente não tinha a intenção de causar esses sentimentos (raiva e indignação) aquela moça, principalmente quando ele conversou mais alguns minutos e descobriu que ela contava história todas as tardes de terças e quintas naquele jardim pra uma turma de crianças e que por diversas vezes acontecera acidentes ou mesmo outros problemas por pessoas que sem um pingo de bom senso usavam daquele lugar público sem o cuidado devido com os demais.
Mais o fascinante pra ele, foi o sorriso que se abriu dentro e fora dela tão nitidamente perceptível quando pra se desculpar ele foi até as Flores Rosa e escolheu a Rosa Vermelha e ofereceu-lhe como pedido de desculpas pelo seu desleixo.
Ahhhh, Ahhh as outras Flores??? Essa parte é legal.
Elas que viram tudo que aconteceu, quando viram o moço se aproximar se desabrocharam todas, com a intenção cada umazinha de ser a escolhida por ele praquele momento...pobres iludidas, eu acho bem feito, tiveram o que mereciam. Na verdade nenhuma merecia ser escolhida, elas se achavam tão importantes que nem percebiam que eram tão parecidas não apenas na aparência, afinal eram todas de uma mesma espécie, mais também na arrogância e prepotência de ser, se nem ao menos reconhecer o seu lugar na vida e na singela  importância de Existir.